23 de novembro de 2009

Crianças têm vida mais saudável brincando com música

No Portal Aprendiz:

"Especialistas têm apontado a obesidade e o stress infantil como um dos principais problemas sofridos pelas crianças e suas respectivas famílias nos dias de hoje. No entanto, tal diagnóstico tem como causa diversos fatores que vão desde a alimentação incorreta até hábitos inadequados, como o sedentarismo, que tem se mostrado constante em diversos países da Europa, Estados Unidos e, infelizmente, o Brasil.

Ao longo do meu trabalho especializado em musicalização infantil, tenho mantido relacionamento diário com mães preocupadas com a educação de seus filhos em diversas faixas etárias. No geral, estão aflitas com suas crianças que só querem saber de play station, televisão, computadores e aparelhos eletrônicos. Para tudo utilizam o controle remoto.

Quando a proposta é jogar um futebol com os amigos são capazes de responder: "então eu preciso de um controle mais avançado para marcar os gols"; ou seja, até para jogar futebol as crianças recorrem ao vídeo game. Nada de exercícios físicos. A agitação comum da idade é extravasada por meio de uma tela de TV e inúmeros botões.

A agitação das crianças começa a ser notada quando ainda são bebês. É comum ver pais um pouco perdidos, para não dizer estressados, com seus bebês que, ainda no colo, já dão um imenso trabalho. Ainda recém-nascidos ou com pouco mais de seis meses não sabem fazer silêncio, choram quando não conseguem o brinquedo na hora em que eles querem e não sabem se relacionar com as pessoas e outras crianças.

A meu ver é preciso cuidar da super agitação, da falta de concentração e da falta de socialização ainda nos primeiros meses de vida, com o objetivo de prevenir ou, pelo menos, diminuir a incidência de outros problemas, como os de saúde recorrentes da infância.

A prática de exercícios físicos, como ioga e natação para os bebês, já é conhecida e recomendada. Já para as crianças é imprescindível. Entre os benefícios estão as descargas de energia, que levam a um sono mais tranqüilo, à socialização e ao bem estar físico e mental. No entanto, o que ainda é pouco divulgado, mas que também oferece excelentes resultados, é a musicalização de bebês e crianças.

O envolvimento dos bebês com o universo sonoro começa antes do nascimento, pois na fase intra-uterina o bebê já convive com alguns sons provocados pelo corpo da mãe como o coração batendo, a respiração e a circulação sanguínea. Após o nascimento, o bebê faz interações com diversos sons do cotidiano, como TV, automóveis, voz de pessoas, música, sons de animais; e assim desenvolve seu repertório de comunicação.

Muitos estudos confirmam os benefícios adquiridos com a musicalização na infância, que é aconselhada a partir dos oito meses de idade. Vale destacar Andrzes Janicki, médico polonês especializado em musicoterapia, que realizou experiências nesse campo e concluiu que a música influencia nas funções de numerosos órgãos internos, na função psíquica e na memória.

Em todos os momentos de uma aula de música há espaço para o exercício sensível e cognitivo. Com um trabalho de sonorização de estórias, invenção de composições, brincadeiras, jogos de improvisação, elaboração de arranjos, audições, cantorias, desenhos de partituras, construção de instrumentos, os bebês percebem e entendem os sons e o silêncio; o momento de falar e de ouvir, o que denota respeito e obediência.

Quando os bebês participam da aula de música e têm que trocar os instrumentos, por exemplo, estão aprendendo a dividir; ou quando tocam em conjunto, entendem que cada um tem a sua vez de participar e ser ouvido. Também trabalham com os sentidos da audição, visão e tato e recebem estímulos para aprender a falar mais rápido, sem timidez e com maior vocabulário.

Para as crianças de 3 a 7 anos, por exemplo, desenvolvemos brincadeiras que são produzidas e pensadas de modo a estimular diversas características da personalidade infantil. Fazem parte da aula não só as brincadeiras de roda, mas jogos como a amarelinha com notas musicais, parlendas e construção de instrumentos também. A partir dos 3 anos as crianças já produzem chocalho, reco-reco e ganzá com latas, potes, sementes, tubos e, para isso, é preciso coordenação, criatividade, imaginação, planejamento e sugestão de idéias, que são algumas das diversas características desenvolvidas em aula.

No geral, no sistema de ensino do país, as aulas de música propõem ensaiar as crianças para apresentações do Dia das Mães, Dia dos Pais ou para o Natal, mas isso não explora as capacidades delas. Nas aulas específicas de musicalização infantil, elas aprendem música com as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical que ajude as crianças a criarem um repertório e se comunicarem pelos sons.

É importante lembrar que as aulas trazem a possibilidade de brincar de uma forma mais tradicional e que é fundamental para um crescimento sadio e harmonioso. Não se trata de saudosismo, mas de proporcionar às nossas crianças a possibilidade de viver a sua própria cultura em cada fase da vida."

(Ao Mestre)

http://aprendiz.uol.com.br/content/liwresludu.mmp

20 de novembro de 2009

Um mural prático

Neste quadro não colocamos os nomes das notas (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si).
Quando se escreve o nome das notas,
o aluno não sente a necessidade de memorizar o nome delas e sua posição na pauta

Mesmo com adultos é possível utilizar o quadro.
Retira-se todas as notas e pede-se que coloquem determinada nota na pauta.

19 de novembro de 2009

Desenho de seus anseios



Numa das oficinas de música pedi às crianças
que desenhassem os instrumentos que gostariam de tocar.

Bianca, 9, e Mayra, 4, desejam tocar piano e violão.

17 de novembro de 2009

Criança deve perceber, e não só repetir, as notas musicais

Artigo da Folha Online de 30/09/2005

DENISE RIBEIRO

Colaboração para a Folha

Entrar em contato com a própria voz, para perceber suas diferentes modulações, reproduzir o pulso de um tambor e diferentes ritmos. Tudo isso, uma criança a partir de três anos consegue fazer, desde que seja estimulada a ouvir.

Aprender a ouvir é, na opinião de especialistas, a principal habilidade requerida para aumentar a afinidade com a música. E isso até um bebê pode fazer. "A melhor música para os ouvidos dele é aquela emitida ao vivo por uma voz que o ama. O próprio bebê gosta de cantar e, para acompanhar seu canto, damos a ele um chocalho", analisa Paulo Tatit, músico, pesquisador e responsável, ao lado de Sandra Peres pelo selo Palavra Cantada, um dos mais importantes produtores brasileiros de música infantil.

Outro expert no assunto, o músico, pesquisador e compositor Hélio Ziskind, diz que os pais devem incentivar as crianças que se interessem pela música a aprofundar esse conhecimento. "Mas aula de música só funciona quando se trabalha a percepção. O canto, por exemplo, ajuda na dicção, a criança tem de colocar notas, aprende a se expressar melhor e se sente inserida, conectada instantaneamente com a cultura", diz Hélio.

Da mesma forma, aprender a batucar, a sustentar um pulso, faz com que a criança se sinta mais forte. "Controlar essa potência sonora é uma experiência interna altamente estruturante, porque ela percebe que consegue criar com a mão um universo", analisa o músico.

Trabalhar a percepção, em vez de apostar na repetição mecânica de um ritmo ou de uma escala musical, traz resultados mais sólidos para a formação musical da criança. É o que demonstra a experiência da pianista, pesquisadora e professora Teca Alencar de Brito, que trabalha há 32 anos com educação musical, em São Paulo, e foi aluna e colaboradora do mestre Koellreutter (flautista e compositor alemão que desembarcou no Brasil em 1937 e influenciou gerações de músicos com suas teorias experimentalistas. Hoje ele tem 90 anos).

"Ao escutar e produzir sons, a criança integra sensibilidade e intelecto, corpo e mente, além de estimular a intuição, a fantasia, a criatividade, a reflexão, o relacionamento", ensina a professora, que trabalha com crianças a partir de três anos, sempre em grupos.

"As bandinhas de amigos são um canal de expressão socializador, a criança vai se soltando por meio de uma linguagem não-verbal. No grupo, elas aprendem a ouvir, a respeitar o outro, a esperar, a dar idéias para arranjos. Aprendem que música não é barulho, é organização, e aprendem também a importância do silêncio", argumenta.

De acordo com Teca, uma aula de instrumento musical, como o piano, por exemplo, é importante, desde que haja espaço para o improviso, para explorar o instrumento. "A criança não precisa saber onde fica o dó, mas percebe que pode tocar sons em blocos, mais graves, mais agudos, mais fortes, mais fracos. Com o tempo ela vai afinando seu senso de observação de escuta e entende que existe uma ordem natural das notas", explica.

Da mesma forma, a compra do primeiro instrumento musical deve ser cuidadosa. "O melhor é optar por instrumentos artesanais de percussão ou xilofone, que ajuda a entender a afinação da escala. Mas tem de ficar atento à qualidade. Tem muito tamborzinho, pandeirinho (como o do Gugu), descartável e algumas baterias para criança de péssima qualidade sonora: o som do prato é uma deseducação musical", alerta a especialista.

Os pesquisadores só pedem cuidado com a flauta doce, uma praga que se espalhou pelo mundo infantil, vindo das escolas tradicionais. Para Hélio Ziskind, do ponto de vista da expressão, ela é frustrante e acaba virando um apito, "porque as crianças curtem isolar as notas". Na opinião dele, a culpa é do instrumento, difícil de tocar, pois depende de uma respiração muito sutil. "Um gaita responde melhore a esse gesto mais forte do sopro. É bom comprar um instrumento de verdade, um violino, uma viola ou um saxofone", aconselha o compositor.

Discoteca básica

Sugestões de músicas para crianças:

As crianças não precisam e não devem ficar limitadas à chamada música infantil, porque são inteligentes, receptivas e abertas a tudo, dizem os especialistas. "A música não pode convidar a criança para ir longe de si, tem de chamar para perto. Tudo o que não faz isso não é bom", exemplifica Hélio Ziskind, para quem ritmos como o axé e a lambada são "bacanas", mas pesam se levam a criança a se exibir e a se sensualizar demais.

No entanto, na batalha dos gostos as crianças participam e são elas que decidem o que preferem ouvir.

Na opinião de Teca, Mozart, Tom Jobim, Noel Rosa, Chico e Caetano também são adequadas às crianças, desde que haja bom senso na escolha. "Claro que uma criança de 5 anos não vai ouvir uma sinfonia inteira do (Gustav) Mahler, mas ela não tem de ouvir só música animadinha", diz a professora. Por outro lado, não podemos ser radicais e preconceituosos com certos ritmos populares aos quais as crianças inevitavelmente estarão expostas. Segundo Teca, "o importante é oferecer a elas outras variantes, produções de qualidade. Elas certamente vão gostar".


Confira no site Folhaonline, na continuação deste artigo, uma lista de CDs recomendados pelos pesquisadores e músicos Teca Alencar de Brito, Hélio Ziskind e a dupla Paulo Tatit e Sandra Peres.

8 de novembro de 2009

Sons do tambor

Imagem e poesia tiradas do livro O mundo da criança.

Ler com as crianças a poesia da chuva.

Conversar sobre os sons da chuva em diversos materiais:
no chão, no balde, na tampa da panela, no tamborzinho...

Encontrar na poesia as palavras que indicam os sons dos instrumentos.

Apresentar a família dos tambores.

3 de novembro de 2009

Atividade com sons

Para discutir sobre a presença do som na nossa vida, na natureza
e em outras situações proponho a Caixa de Sons: